Arquivo e Memória

“” … guardamos as memórias da nossa cidade!”

Arquivo e Memória é a designação adotada desde 2018 para o Arquivo Municipal de Viana do Castelo. Esta mudança de nome vai além de uma simples atualização. Ela reflete a expansão da missão do serviço como responsável pela preservação da memória coletiva, conservação documental, pilar estratégico para a gestão do município e construção da identidade cultural vianense.

Instalado no coração da cidade, na Casa dos Monfalim, um edifício de grande valor histórico e arquitetónico que se situa no Passeio das Mordomas da Romaria, o Arquivo ocupa um espaço de grande valor patrimonial e funcional. Construída no século XVI sobre antigos terrenos da família Fagundes, a Casa dos Monfalim acolheu, ao longo do tempo, diversas valências institucionais. No século XIX, foi transformada no Hotel Central, também conhecido pelo hotel “Caroça”, que funcionou até 1940. Posteriormente, o edifício passou a sediar serviços judiciais e administrativos, incluindo a Secretaria Judicial e as Conservatórias dos Registos. Nos anos 80, acolheu a Biblioteca Municipal e, desde a década de 90, tornou-se a sede do Arquivo Municipal. Em 2008, com a transferência da Biblioteca para novas instalações, a Casa dos Monfalim passou a abrigar, quase que em exclusivo o Arquivo, que hoje dispõe de áreas técnicas e depósitos dedicados ao tratamento, conservação e valorização da documentação à sua guarda.

Mais do que um repositório histórico, é um serviço público de inovador, fundamental para a transparência e eficiência da administração municipal, mas também uma retaguarda informacional para a tomada de decisão, planeamento estratégico e participação ativa da comunidade.

Custodia milhares de documentos que testemunham a vida administrativa, social, económica e cultural de Viana do Castelo. Entre eles, destacam-se:

Livros de Atas - registos oficiais de reuniões, deliberações e decisões, fundamentais para o estudo da administração e da vida institucional ao longo dos anos.
Cartografia – mapas, plantas e projetos que documentam a evolução do território, do urbanismo e da organização espacial em diferentes períodos.
Espólios fotográficos – imagens que captam monumentos históricos, paisagens, personalidades e acontecimentos, constituindo um importante acervo visual.
Pergaminhos – textos em suporte de pergaminho, que incluem cartas régias, treslados, capítulos de cortes, alvarás, escrituras. O documento mais antigo data de 1262, um pergaminho que regista a troca com o Bispo de Tui para a fundação de Viana. Possui ainda dois documentos assinados por Fernão Lopes, de 1437 – o treslado das Inquirições de 1258 referentes a Viana e o treslado do foral que o rei D. Afonso III concedeu a este concelho.
Documentação administrativa – processos, correspondência, relatórios e outros registos que refletem a atividade de instituições públicas e privadas.
Publicações – jornais, revistas, brochuras, folhetos, cartazes.

Este acervo constitui uma fonte primária vital para investigadores, estudantes, profissionais da administração, entusiastas pela história local e todos aqueles que procuram compreender o passado para intervir no presente e construir o futuro.

Desde 2010, abraçou a transformação digital, com a digitalização sistemática de documentos, automatização de processos internos e interoperabilidade com outras plataformas, um esforço contínuo que tem como objetivo a uniformização dos processos, a normalização da descrição dos documentos e o acesso transparente à informação.

Em 2022, foi lançado o catálogo online, um portal que disponibiliza parte do acervo ao público, que facilita o acesso à informação, uma ferramenta que representa um passo importante na relação entre o Arquivo e os diferentes públicos.

Mais do que um espaço técnico, o Arquivo e Memória é um lugar de encontro entre documentos e pessoas, entre passado e presente, e assume um papel ativo na difusão cultural, na valorização do património, na literacia informacional e no apoio à decisão administrativa.

Com uma equipa qualificada e dinâmica, cria parcerias com outros serviços na realização de exposições, de modo a fortalecer a relação de proximidade com todos os públicos e contribuir ativamente para o reforço da identidade local.

Numa era de constante transformação, marcada pela velocidade da informação e pelo risco de esquecimento, este serviço assume-se como guardião do que somos e do que fomos, garantindo condições para que o município possa planear com responsabilidade, memória e rigor.

A sua existência é imprescindível para a continuidade da cultura local, para o envolvimento da comunidade, para a transparência e para a resiliência da gestão pública. Porque um território sem memória é um território sem futuro, o Arquivo e Memória é, e continuará a ser, uma base para a identidade de Viana do Castelo e um serviço de todos para todos.

É um espaço de encontro entre passado e presente, entre herança documental e futuro digital, e convidamos todas as pessoas a descobrir, preservar e valorizar a história de Viana do Castelo.

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